
- quem sou eu.
- essas palavras tão curtas vivem martelando dentro de mim.
- quem sou eu. talvez eu queira ser assim.
- assim?
- assim.
- como assim?
- assim, oras.
- meus pés estão frios.
- meus dedos também.
- porque será que tudo tem que ser dessa forma?
- que forma?
- essa forma complexa e confusa. insegura, diria. amanha quem sabe, já terei noção de como é.
- como é o quê?
- a vida, oras.
- aceita um cigarro?
- não fumo.
- faz bem.
- ...
- sabe, eu realmente gostaria de mudar.
- porque?
- não digo mudança de comportamento, sempre faço o que me dá vontade. digo, mudar de mudar mesmo, mudar de cidade, sei lá.
- fugir não vai mudar o fato de que você ainda não saiba quem é.
- eu sei, mas...
- sabe, você deveria se aceitar. analise com cautela tudo o que você já viveu e veja o que realmente te fez bem.
- e?
- e, que analisando tudo com outra perspectiva, quem sabe você não encontra o seu verdadeiro eu.
- é, faz sentido.
- obrigada.
- disponha, não se esqueça que eu sou você, e que sempre estarei aqui.
- é, só confio em você, digo, em mim.